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1º Dia do 14º Congresso Nacional da Contag começa com força e compromisso pela democracia e igualdade
O 14º Congresso Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (14º CNTTR), teve início nesta terça-feira (01), em Luziânia/GO e foi marcado por importantes debates acerca dos desafios e das conquistas dos trabalhadores e trabalhadoras do campo.
“A delegação de Pernambuco está aqui, presente e forte, com quase 100 delegados e delegadas ocupando este espaço com orgulho e determinação neste congresso, que já marca a história.”, celebrou a presidenta Cicera Nunes.

O lema dessa edição é “Movimento Sindical fortalecido e Agricultura Familiar valorizada” e reúne mais de 2 mil pessoas do Brasil para além também de presenças internacionais dando início a maior instância deliberativa do Sistema Confederativo (STTRs, Fetags e Contag).
No primeiro dia a programação contou com a Plenária das mulheres e da Juventude. Um espaço estratégico de extrema importância para fortalecer as pautas de equidade de gênero dentro do movimento sindical para além de reforçar como a participação dessa nova geração não apenas renova como também reafirma o compromisso social de todas as/os presentes.

Na plenária das mulheres, a diretora de política para mulheres, Adriana do Nascimento, incidiu a campanha Vida Livre de Violências. O MSTTR contra o assédio nos movimentos sociais. Foi um momento emocionante e de força onde todos os/as congressistas presentes puderam juntos ouvir a carta apoio da Contag sobre a campanha e gritar em uníssono pelo direito a uma Vida Livre de Violências!

Vânia, reforçou a importância de uma campanha como essa dentro do movimento sindical."Nós mulheres ainda somos vítimas de vários tipos de violências. Violência não é só apanhar. Nós temos a violência psicológica, a violência patrimonial, institucional, dentro do nosso sindicato, federação, confederação.”

Continuando a programação a abertura se iniciou à tarde e foi transmitida ao vivo nos canais oficiais da Contag. Na mesa de abertura estavam representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), do Poder Legislativo Estadual e Federal, dos Ministérios do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e das Mulheres, do Incra, da Anater, da CONTAR, da Unicafes, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), da União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação (UITA), entre outros parceiros.
O presidente da Contag, Aristides Santos, que está prestes a passar a liderança da Confederação para Vânia Marques Pinto, atual secretária de Política Agrícola, destacou a importância do momento. “Aqui não vai faltar debate, não vai faltar resistência. Esta é uma geração que está sendo fortalecida. Uma geração que, depois de 60 anos, traz o protagonismo das companheiras brilhantes e a compreensão dos homens sobre a importância da igualdade”, afirmou Aristides.

A secretária de Mulheres da Contag, Mazé Moraes, ressaltou a importância da luta feminista dentro do movimento sindical e na sociedade em geral. Ela destacou as duas marchas das Margaridas organizadas pela Confederação: a da resistência e a da reconstrução. "A marcha de 2023 foi o maior ato popular de rua em Brasília, no primeiro ano de retomada da democracia. Nenhum outro evento teve essa dimensão, o que é muito simbólico. E este congresso é prova disso. Ele é coroado por uma grande conquista: após 60 anos de existência, a Contag terá uma mulher na presidência, o que tem um grande significado para todas nós", afirmou Mazé.
O deputado federal Carlos Veras (PT-PE) também destacou a relevância dos sindicatos e dos trabalhadores rurais na defesa da democracia e no combate às desigualdades, reconhecendo a dedicação dos trabalhadores rurais. Ele destacou que a solução para combater a fome e a inflação dos alimentos no Brasil está no investimento na agricultura familiar, com mais crédito, organização da produção e assistência técnica permanente alinhadas a políticas públicas. "Não pode ser apenas um programa que desaparece quando muda o governo", afirmou.
Veras também falou sobre os desafios que Vânia terá de também coordenar a bancada da agricultura familiar no Congresso Nacional junto a Contag, enfatizando a necessidade de avançar nas pautas políticas, como a reforma sindical, e de priorizar a organização política nos municípios. Ele finalizou sua fala afirmando que o objetivo não é apenas produzir alimentos para a sobrevivência, mas disputar o mercado e a economia, para continuar alimentando o povo brasileiro.
Para a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, “A luta de todos vocês foi importante para garantir a democracia do nosso país. E só com a democracia que nós podemos ter um Congresso tão lindo e grandioso como esse. Só com a democracia que nós vamos ter a Marcha das Margaridas andando e caminhando. Só com a democracia que nós poderemos garantir a igualdade entre homens e mulheres.”
Durante a cerimônia, Luz Haro, secretária-executiva da Rede de Mulheres Rurais da América Latina e do Caribe, solicitou oficialmente à ministra das Mulheres que o Brasil apoie a proposta de uma Declaração da Década das Mulheres Rurais junto à ONU. A Rede já conquistou, no ano passado, o reconhecimento dessa década (2024-2034) pela OEA e agora busca ampliar o impacto global da iniciativa. "Tenho a honra de dizer que essa rede foi criada por Vanete Almeida, uma pernambucana, que já foi assessora da Fetape", declarou Luz.

O 14º Congresso da Contag segue nos próximos dias com uma intensa agenda de debates, votações e mobilizações, reafirmando o compromisso da Confederação com a democracia, a agroecologia e os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do campo.
Fotos: Shaynna Pidori e Contag